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Sabor

Flor no prato

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FLORES 1

Por Bete Duarte
Fotos Letícia Remião

7 de novembro de 2025

6 min |
–+=
flores 1 1 - Revista Estilo Zaffari

Na Pavlova, rosas desidratadas conferem sabor ao chantilly, enquanto o hibisco se torna presente em forma de compota

Muito além do jardim, lugar de flor também é no prato. No clima da Primavera, as flores invadem as receitas e fazem bonito na decoração. Mas também se tornam ingredientes em combinações ousadas, que rendem diferentes sabores. Existem registros de que já na Idade Média flores eram usadas para decorar pratos e que os romanos cultivavam violetas e rosas para empregá-las na cozinha. Nas culinárias europeia e asiática, flores comestíveis são usadas há mais de um século em saladas, bebidas, molhos, pratos salgados e sobremesas. No Brasil, o consumo está em plena expansão.

Em festas ou ocasiões especiais as flores podem ser congeladas em cubos de gelo para enfeitar baldes para bebidas ou drinks. Quando a ideia for incluí-las no preparo de receitas doces ou salgadas, porém, alguns cuidados se fazem necessários. Nem todas as flores são comestíveis. O jasmim, por exemplo, somente algumas espécies podem ser levadas à mesa. Além disso, o cultivo de cada uma delas deve ser específico para consumo na gastronomia, sem o uso de agrotóxicos. De preferência que sejam orgânicas.

A chef confeiteira Liliana Andriola, do Mandarinier, há muito utiliza flores comestíveis em suas sobremesas. Além de usá-las como decoração, cria receitas em que elas são ingredientes centrais. Na Pavlova, rosas desidratadas conferem sabor ao chantilly, enquanto o hibisco se torna presente em forma de compota. Ambas as flores também decoram a delicada sobremesa. Já a torta de capuchinha combina as flores assadas com uma ganache de camomila com chocolate branco. Uma parceria, além de aromática, com sabor especial.

flores 4 1 - Revista Estilo Zaffari

As Não Convencionais

Alfazema (Lavanda)

De sabor intensamente doce, pode ser cristalizada. Muito perfumada, se torna ingrediente de biscoitos, bolos, sorvetes, geleias e saladas de frutas. Em Portugal, onde é conhecida como rosmaninho, é utilizada para temperar refogados de carne de cabrito e coelho. Pode ser guarnição, elemento de decoração ou tempero de saladas ou de carnes brancas. Tem sabor levemente cítrico.

Amor-perfeito

De sabor suave, levemente herbáceo e adocicado, é muito versátil e floresce o ano todo. Pode flutuar em drinks, ser ingrediente de saladas, saladas de frutas, chás, chocolates e até sopas. Enfeita sobremesas, bolos e cupcakes. É perfeita para ser cristalizada.

Calêndula

É mais conhecida pelo uso em receitas quentes, em substituição ao açafrão. Tem sabor levemente amargo e pode ser utilizada no preparo de risotos, sopas e massas. Também em chás e manteigas aromatizadas.

Capuchinha

É a espécie mais utilizada como ingrediente, tempero e corante, com pétalas em tons que vão do amarelo ao vermelho. O sabor é levemente picante, pode substituir o agrião, a rúcula ou a mostarda em saladas e sanduíches. Rica em vitamina C, potássio e cálcio, pode ser usada inteira: pétalas, folhas e até sementes. As sementes, quando verdes, são conhecidas como falsas alcaparras, e, mais maduras, podem ser tostadas, moídas e usadas em lugar da pimenta-do-reino.

Cravina

O sabor lembra o de cravo-da-índia. Combina bastante com saladas, mas, misturada com açúcar, vira ingrediente de bolos. Pode ser branca, rosa ou vermelha.

Dente-de-leão

Quando madura, é aquela que se desfaz quando as crianças assopram, liberando as sementes que voam com o vento. Numa fase anterior, é comestível. É doce, lembrando um pouco o mel. Costuma ser usada em sobremesas e geleias. É ótima em saladas.

Flor-de-mel

Em pequenos cachos, é extremamente delicada. As mais comuns são brancas ou roxas. O aroma é intenso de mel, e o sabor, adocicado. Combina com carnes e peixes. As folhas têm sabor apimentado.

Girassol

No México, existe a tradição de as pétalas refogadas serem servidas aos noivos para trazer felicidade ao casamento. Tem sabor agridoce e floresce no verão. Os botões podem ser cozidos e servidos em lugar dos aspargos ou alcachofras. As lígulas (união das pétalas), depois de passadas pelo vapor para tirar o amargor, vão bem em saladas e sopas.

Hibisco

Conhecida no Nordeste como vinagreira, desde 2000, é considerada um dos Bens Imateriais do Patrimônio Cultural Brasileiro, como ingrediente básico do Arroz de Cuxá, prato da culinária maranhense. De coloração vermelha, a flor seca ou fresca é utilizada em doces, sucos, geleias e chás. De sabor ácido e refrescante.

Ipê

As flores que enfeitam as ruas da Capital têm sabor um pouco amargo, como o agrião. É adequada para saladas e pratos salgados.

Jasmim

Doce no sabor e com toque floral no aroma, é perfeito em chás, sorvetes, caldas, conservas, assados e na decoração de pratos. Nem todo jasmim é comestível. O jasmim-dos-poetas pode entrar em saladas, chás e receitas salgadas. Assim como jasmim-manga, mas apenas as flores e só depois de cozidas.

Miosótis (Não-me-esqueças)

É vista como símbolo de amor eterno e fidelidade. A mais comum tem pétalas azuis com miolos amarelos, porém pode ser encontrada em tons de roda, roxo e branco. Além de ser utilizada como decoração de receitas doces e salgadas, é ingrediente de chás, sorvetes e sobremesas.

Rosa

Vai do doce ao picante ou amargo. Tudo depende da coloração das pétalas: quanto mais escuras, mais intenso o sabor. As que têm sabor adocicado casam muito bem com geleias, compotas, sobremesas e chás. Fica saborosa em bebidas e pratos à base de frutas. Também para cremes, manteigas e calda para panquecas. A base das pétalas é amarga e deve ser removida para fazer água de rosas, que pode ser utilizada em receitas de lagosta, pato ou galinha.

Violeta

Com sabor adocicado, é bastante utilizada em sobremesas. Cristalizada, enfeita diferentes preparações.

flores 5 - Revista Estilo Zaffari

As tradicionais

É preciso lembrar, no entanto, que muitas outras flores há tempos fazem parte da alimentação humana. Não são encontradas em jardins, e sim em hortas. Algumas delas são corriqueiras e, por vezes, não reconhecidas como flores, outras só chegam à mesa de cozinheiros profissionais.

Alcachofra

As partes comestíveis são as pétalas carnudas e macias, o coração (a parte mais suculenta) e o miolo do talo ( em sopas e saladas). Geralmente é cozida em água com limão até que as pétalas se soltem facilmente, sendo possível grelhar, rechear ou preparar em conserva. Uma entrada clássica é alcachofra ao vinagrete ou com molho de manteiga e limão.

Brócolis

É um conjunto de flores, colhido antes que os botões florais amadureçam e deem lugar a flores amarelas, que o tornam mais amargo e fibroso. A colheita antecipada garante a crocância característica do brócolis. Os talos e as folhas também são comestíveis. Costuma ser servida como salada ou como ingrediente de molhos para massas, arroz cremoso, sopas, cozidos e receitas à base de carne, frango ou peixe. Pode ser gratinado.

Camomila

Mais conhecida como ingrediente para chá. No entanto, é utilizada também em bebidas, brigadeiros, bolos e biscoitos. Tem sabor herbal, suave e adocicado.

Couve-flor

É um conjunto de flores que ainda não floresceram. Originária da Ásia Menor, foi levada para a Europa no século 16 e pode ser encontrada nas cores branca, roxa, verde e laranja. Pode ser consumida crua, cozida, assada ou frita. Pode ser utilizada em saladas, sopas e cremes. Também pode ser grelhada ou à milanesa.

Flor de abobrinha

Com sabor suave, é um clássico da cozinha gourmet. Pode ser consumida quente, em molhos, ou fria, em saladas. Vai bem recheada com arroz cozido, queijo, nozes ou carne, e frita.

Flor de alho

Tanto a de alho comum (branca) quanto a de alho-poró (lilás) podem ser ingredientes de sopas, quiches e tortas. A de alho tem mesmo sabor do alho tradicional e é utilizada em saladas, molhos e pratos salgados. A de alho-poró é adocicada e suave, vai bem em caldos, sopas e suflês.

Flor de cebolinha

Tem sabor levemente picante e agrega frescor aos pratos. Também confere cor, por causa da cor roxa e das pequenas pétalas. Pode ser usada em sopas, como acompanhamento de massas, saladas e pratos salgados. Combina com queijos e vai bem com receitas de ovos e molhos para peixes.

Flor de jambu

Muito utilizada no Norte, em conserva transmite a sensação de dormência na boca. Pode compor patês, risotos, molhos e receitas com peixe. Mas também em sopas, saladas e geleias, além de molhos de pimenta. A cachaça de jambu é ingrediente de drinks na região.

Flor de manjericão

Tem sabor refrescante, semelhante ao das folhas. Combina com saladas, massas e pizzas. Pode aromatizar azeites em finalizações de massas, elaboração de pães ou salgados e junto a queijos.

flores 6 - Revista Estilo Zaffari

Receita

Pavlova com hibisco e rosas

chef Liliana Andriola

Ingredientes

  • MERENGUE
  • 2 claras
  • 2/3 de xícara de açúcar refinado

  • COMPOTA DE HIBISCO
  • 15 g de hibisco desidratado
  • 100 g de açúcar refinado
  • 100 ml de água

  • CHANTILLY DE ROSAS
  • 10 g de rosa desidratada
  • 200 g de nata
  • 50 ml de leite
  • 50 g de açúcar refinado

  • DECORAÇÃO
  • Fruta do sabiá
  • Rosas frescas

Modo de Fazer

Merengue:

Bata as claras até esbranquiçar. Acrescente o açúcar em chuva e bata até formar picos firmes. Disponha em um tapete de silicone com auxílio de uma colher, fazendo um buraco no meio onde será colocado o chantilly. Asse, a 110 graus, por 30 min.

Compota:

Hidrate o hibisco por 24 horas. Pique em pedaços pequenos. Leve para cozinhar com a água e o açúcar, em fogo médio, até que as borbulhas sejam mais espessas. Reserve em geladeira.

Chantilly:

Deixe a rosa hidratando no leite por 24 horas. Peneire. Bata a nata, o leite e o açúcar até obter um chantilly.

Pavlova:

Em um prato, disponha o merengue assado e, na cavidade formada, o chantilly. Sobre ele, distribua a compota de hibisco. Para finalizar, decore com fruta do sabiá e rosas frescas.

Saiba mais

A fruta do sabiá é comestível e tem sabor doce e suave. Pode ser consumida in natura ou usada para fazer geleias, sucos, licores e sorvetes. Os frutos são pequenos, arredondados, de cor alaranjada quando maduros, e também são um alimento importante para os pássaros.

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Receita

Torta de capuchinha e ganache de camomila

chef Liliana Andriola

Ingredientes

  • MASSA QUEBRADA
  • 150 g de manteiga
  • 100 g de açúcar refinado
  • 3 gemas
  • 250 g de farinha de trigo

  • CREME DE CAPUCHINHA
  • 2 ovos
  • 120 g de açúcar refinado
  • 140 g de nata
  • 20 ml de leite
  • 10 g de amido de milho
  • Capuchinha fresca

  • GANACHE DE CAMOMILA
  • 70 g de chocolate branco
  • 130 g de nata
  • 30 g de camomila fresca

Modo de Fazer


Massa: Bata a manteiga, em ponto de pomada, com o açúcar, até formar um creme. Adicione as gemas, uma a uma. Por fim, junte a farinha. Reserve a massa na geladeira, por mínimo 2 h. Retire. Abra a massa quebrada em formas de fundo removível. Fure com um garfo, para evitar que estufem. Asse por 12 min, em forno preaquecido, a 150 graus. Deixe esfriar.

Creme: Bata os ovos com o açúcar. Misture o amido no leite e junte à mistura de ovos e açúcar. Finalize com a nata.

Ganache: Aqueça 50 g de nata com a camomila e deixe em infusão por 24 h. Pique finamente o chocolate branco. Aqueça novamente a nata e despeje sobre o chocolate picado, mexendo até que fique completamente derretido. Adicione o restante da nata e use um mixer para emulsionar bem. Reserve por 6 h. Em seguida, bata na batedeira, até obter um creme liso.

Montagem: Disponha o creme sobre as tortas assadas e posicione as capuchinhas por cima. Asse, em forno preaquecido a 150 graus, por 12 min. Deixe esfriar. Coloque a ganache de camomila em um saco de confeiteiro e decore a torta de capuchinha.

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