Em 1982 Mario Geisse elaborou as primeiras 400 garrafas de espumante, em casa, de maneira artesanal
Se o espumante é a joia brasileira, o enólogo e engenheiro agrônomo chileno Mario Geisse é um de seus principais ourives, e Pinto Bandeira, na Serra gaúcha, a mina de ouro da bebida. Se hoje a vinícola Família Geisse é um dos principais atrativos turísticos de enogastronomia na Serra é porque um dia Mario resolveu apostar todas as suas cartas em transformar um sonho em realidade.
Há tempos que estudiosos, experts e apreciadores reconhecem que o que de melhor o terroir da região oferece é a matéria-prima para elaborar espumantes e vinhos brancos. E isso Mario Geisse iria descobrir, aos 30 anos, ao vir para o Brasil para trabalhar na vinícola Moët Chandon, em Garibaldi.
Na primeira vindima, já ficou surpreso quanto a como era possível obter uma bebida de qualidade mesmo sem as melhores uvas. Começava ali o desejo de plantar seu próprio vinhedo e elaborar o melhor espumante brasileiro. O passo inicial foi dado em 1978, quando comprou um pedaço de terra e plantou as primeiras mudas. Em 1982, elaborou as primeiras 400 garrafas, em casa, de maneira artesanal. Começou compartilhando apenas com amigos. Com o sucesso obtido, achou ético deixar a Moët Chandon e se dedicar a produzir comercialmente a própria bebida.
O pulo do gato estava em que, enquanto a maioria das vinícolas brasileiras tinham optado pelo método charmat (segunda fermentação em tanques), ele se dedicou ao método tradicional, com o amadurecimento na garrafa.
Hoje, mais de 40 anos depois, se sente vitorioso. “Posso ter cometido alguns erros na vida, mas o que certamente acertei foi ter escolhido Pinto Bandeira. É difícil que haja outro lugar no mundo tão perfeito para produzir espumantes. Com exceção, é claro, da região de Champagne, na França. Aqui, conseguimos colher a uva madura, com baixo teor de açúcar e boa acidez”, garante. E não pense que ele está só se exibindo. O reconhecimento é internacional.
“É difícil que haja outro lugar no mundo tão perfeito como Pinto Bandeira para produzir espumantes”, afirma Geisse
Em 2010, foi apontado como o enólogo que transformou o espumante brasileiro em atração global. Em 2011, a respeitadíssima Master of Wine Jancis Robinson incluiu a Geisse na lista das 15 vinícolas que acredita poderem marcar o futuro do vinho. E muitos outros elogios se seguiram. Mas o principal é o reconhecimento dos apreciadores da bebida, que se deram conta de que é possível fazer um produto de qualidade aqui, no Sul do Brasil.
O ideal de Mario Geisse há mais de 40 anos é compartilhado com o sócio e também enólogo chileno, Carlo Abarzúa, e foi transmitido para os filhos Daniel, Ignácio e Rodrigo, que atualmente comandam a vinícola. Essa parceria permitiu que Mario possa dividir seu tempo entre o Chile, onde produz vinhos, e Pinto Bandeira.
No Chile, em três pequenas propriedades, produz Carménère, Cabernet Sauvignon, Petit Verdot, Sauvignon Blanc, Pinot Noir e Chardonnay. Vinhos que também podem ser degustados em solo brasileiro.
A força do turismo
Na Vinícola Geisse, o visitante tem a possibilidade de desfrutar de diferentes experiências. Pode fazer um passeio off-road, de 4×4, percorrendo trilhas, com pausa para degustação. Optar por uma caminhada leve, guiada, em meio aos vinhedos, sem esquecer das taças e do espumante. Conhecer todo o processo de vinificação e participar de uma degustação harmonizada. Ou apenas curtir o Open Lounge, degustando empanadas, tapas, tortinhas, caldos e sobremesas, acompanhados de espumante, vinhos, drinks ou café.
Open Lounge funciona todos os dias da semana, com exceção da terça-feira, e nos feriados, das 10h às 17h.
Reservas: turismo@vinicolageisse.com.br
WhatsApp: (54) 99696-6791