O limão siciliano é o queridinho de chefs e cozinheiros. Considerado o mais antigo de todos os tipos existentes no mundo, e olha que são mais de 100 espécies, é também muito aromático. No Brasil, faz parte dos quatro mais populares. Mas os outros três – cravo (bergamota), taiti, galego – são classificados pela Botânica como limas ácidas. Por isso, o siciliano é reconhecido como o limão verdadeiro.
O siciliano no início foi conhecido na Ásia, mais especificamente no sul da Índia, na Birmânia (hoje, Mianmar) e na China. Foram os persas que o levaram, no século 11, para a Europa e disseminaram seu uso. A adaptação do fruto na região da Sicília foi tão incrível que recebeu o nome pelo qual é conhecido por aqui.
Trata-se da espécie mais consumida na Europa e nos Estados Unidos. Apresenta casca grossa, bem amarela, tem formato alongado e um sabor bem ácido. É denominado também de eureka e Lisboa.
Aos poucos, além de ingrediente de receitas culinárias passou a ser utilizado como produto terapêutico e também na decoração de ambientes.

Na cozinha

• O sabor do limão siciliano fica muito melhor se a fruta for usada apenas na finalização das receitas quentes, pois o calor altera o sabor do ingrediente, deixando o resultado mais amargo.
• A casca cortada fina, sem a parte branca, aromatiza azeite de oliva e serve como condimento.
• O suco e as raspas da casca substituem o vinagre em vinagretes.
• A casca, sem a parte branca, com o suco, sal e pimenta-do-reino tempera a manteiga que pode ser utilizada para grelhar carnes, aves e peixes.
• O suco, a casca (sem a parte branca), manteiga, açúcar e ovos integram o Lemon Curd, um creme que pode ser usado para rechear bolos, tortas e tartelettes ou acompanhar sorvetes.
• Confitados com sal se tornam uma conserva que acompanha bem carnes, aves e peixes.
• São perfeitos para a receita de limonada suíça.
• Raspas de casca e suco aromatizam mousses, bolos, tortas, madeleines, sorvetes.
• O suco acrescentado a frutas como maçã, pera e abacate impede que escureçam.
• O suco é perfeito para temperar principalmente peixes e frutos do mar.
• Os italianos usam bastante o fruto e têm várias receitas clássicas, como o Limoncello (bebida à base de casca de limão siciliano, álcool de cereais ou vodca e xarope de açúcar) e a crostata al limone (torta de limão)
• O suco ou as raspas da casca do fruto também aparecem em receitas italianas de peixes, molhos e risotos.
• Suco e raspas da casca combinados com creme de leite e queijo ralado integram uma tradicional receita de molho de massas.
• Outra receita clássica é o risoto al limone.
• Fatias grelhadas são ótimas para acompanhar peixes e frutos do mar.
• As raspas de casca com alho picado e salsa picada formam a Gremolatta, uma boa companhia para espetinhos de frango.

Na História

• Registros arqueológicos indicam que o limão siciliano já existia há mais de 2 mil anos na região conhecida hoje como Paquistão.
• Registros históricos indicam que Teofrasto, aluno de Aristóteles e pai da Botânica, foi o responsável pelas primeiras descrições precisas do limão siciliano para fins terapêuticos.
• Cristóvão Colombo, na segunda viagem ao Novo Mundo, em 1493, levou várias mudas de limão ao atual território do Haiti.
• No período do rei Luís XIV, as cortesãs francesas tinham o hábito de morder limões para manter os lábios rubros e sedutores.
• Em 1742, foi adotado pela Marinha inglesa para combater o escorbuto (causado pela falta de ácido ascórbico – a vitamina C), porém foi apenas no século 20 que a ciência descobriu e reconheceu essa substância ativa como a preventiva da doença.
• O limão-siciliano chegou à América trazido pelos missionários espanhóis e se tornou popular no Brasil durante a gripe espanhola (epidemia de 1918), quando atingiu valores exorbitantes.
• A limonada, como se conhece hoje, foi criada pelos franceses no século 17.
• Escrito pelo médico Ibn Jamyia e publicado em Veneza em 1583, O Tratado do Limão foi o primeiro livro a discorrer, na península itálica, sobre o uso terapêutico da fruta.
• Os romanos desconheciam o uso culinário e terapêutico do limão, mas fizeram dele uma fruta decorativa, pela cor vibrante e profundamente aromática.
• Conta-se que os gregos utilizavam o limão para afastar as traças das roupas.
• O limão é um símbolo de purificação em diversas culturas e religiões. Na Índia, por exemplo, ele é utilizado em rituais de purificação e limpeza espiritual.