A arte chega à mesa pelas mãos de David Rivillo e suas massas coloridas. Mais conhecido no exterior, para onde as exporta, do que no Brasil, apesar de morar em Porto Alegre, ele já foi tema de reportagens no La Vanguardia, na Espanha, e no New York Times. A beleza das massas chamou atenção do jornal espanhol, que definiu o trabalho de Rivillo como: “Os raviólis e espaguettis mais bonitos do mundo (e sim, se pode comer)”.
O químico venezuelano veio para o Brasil como pesquisador contratado da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e, durante a pandemia, quando as atividades da Universidade estiveram paradas, começou a dedicar-se a outro de seus interesses: a gastronomia. Estudou um pouco sobre pães e macarons, mas foi com as massas que veio a se tornar um sucesso nas redes socais. Depois de muita pesquisa sobre a ciência dos corantes e alimentos naturais e muitas experiências, chegou a verdadeiras obras de arte que o definem como um pasta designer. Aliás, a primeira criação foi um tributo à arte de Carlos Cruz Diez, artista que criou o painel do Aeroporto Internacional Simon Bolívar, na Venezuela, e de quem sempre foi admirador.
As massas, para Rivillo, funcionam como tela. É por meio das cores que combina e dos desenhos que cria que as eleva à categoria de arte, sem concorrentes no mundo. Para exportá-las, se dedicou às massas secas. Mas, no momento, está desenvolvendo as frescas e recheadas com padrões inusitados, que mesclam inspirações na natureza, na moda e na arquitetura.
Gourmets, cozinheiros e restaurantes podem fazer, literalmente, bonito, ao apresentar pratos com o colorido das massas de Rivillo, pois elas mantêm a cor mesmo depois do cozimento. O restaurante Antuérpia, no bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre, tem dois pratos com essas massas no cardápio.