Depois de dois anos vivendo sob as incertezas de uma pandemia, algo inédito para as últimas gerações, estamos sob as incertezas agora de uma nova grande guerra.
Desde a Segunda Guerra Mundial o planeta viu distante várias guerras civis, que deixaram marcas e sem dúvida dezenas de milhares de pessoas que vivem sobre a tristeza de suas perdas e o medo. Vimos o 11 de setembro. Vimos a retaliação dos EUA à força de Bin Laden. Vimos cair Saddan Hussein. Vimos a fuga de vários sírios tentando fugir da guerra em seu país. Vimos as estranhezas entre Israel e Palestina. Vimos muito, e vimos de longe. Porque não foram guerras que de certa maneira poderiam se tornar algo mundial. Porém, agora, há chances!
Não há força emocional suficiente que faça alguém que passa por algo como uma guerra viver normalmente depois. Como isso seria possível? De um segundo para outro sua vida simplesmente deixa de ser a mesma. E como ser o mesmo se tudo muda a sua volta? Você não perde só sua casa ou a possibilidade de nunca mais estar com sua família, você perde sua identidade, sua rotina, seus pertences, sua história! E não só perdem os que precisam fugir para sobreviver. Perdem aqueles que são obrigados a enfrentar a guerra, mesmo não concordando com ela. E no caso do que estamos vendo neste momento, são muitos! E a força das tecnologias e da mídia globalizada torna tudo muito mais acessível atualmente, são cenas tristes e dolorosas.
Mas não me surpreende. Nada mais me surpreende.
Depois de vivermos a infestação da Covid nos quatro cantos deste planeta, milhões de pessoas tendo perdido suas vidas, aquela sensação de que algo mudaria, que o ser humano ficaria diferente, que teríamos mais motivos para viver de uma maneira empática e pacífica uns entre os outros e nós como espécie junto às demais espécies de seres vivos foi apenas ilusão. Bastaram alguns meses para que todos passassem a agir exatamente como já agiam antes (ou até pior). Como então achar que um líder, com interesses individuais, não incitaria uma guerra a hora que quisesse?
Não me surpreende. Nada mais me surpreende.
A falta de discernimento, de respeito e tolerância, inexistente entre os grandes ditadores que ainda assolam este planeta, é de assustar. Como é possível termos nos recuperado de um vírus invisível, que fez um estrago tamanho nesses últimos anos, para agora ter que lidar com um ser humano desprezível invadindo um país vizinho, e que foi popularizado por sua própria nação, com a intenção de assumir controle?
Às vezes olho para as notícias e penso que estou vendo pessoas jogando o tabuleiro do WAR. Sabe? Aquele em que você recebe uma missão numa carta de baralho e precisa dar um jeito de atingir seu objetivo para ganhar o jogo. Porém, não estamos num tabuleiro. Os tanques, aviões e exército não são apenas bonequinhos, são reais. Atacando pessoas reais. Destruindo história, casas, monumentos, vidas!
Daí a pergunta que fica: como parar isso? Como podemos entrar na cabeça do outro e fazê-lo enxergar o atraso humano que seus atos representam? Como podemos mostrar para alguém cego pelo ego, pela ganância, pela ignorância que o que faz ou manda fazer não tem mais sentido? Até mesmo seus patriotas não apoiam os atos da guerra, o que nos mostra que a maioria está consciente e não cega.
Vivemos no mesmo planeta. Vivemos sob condições climáticas parecidas. Vivemos sob o mesmo sol, a mesma lua. Vivemos sob a mesma energia emanada pela natureza. Por que então ainda precisamos enfrentar o mal, ou a maldade humana, com a vida de tantos? Somos iguais, semelhantes, e nem assim…
Não me surpreende. Nada mais me surpreende.
Talvez eu fosse surpreendida se realmente a Terra sofresse uma interferência de forças maiores que as nossas e rendesse esses humanos tão arrogantes, que ainda existem no comando de algumas nações. Mas daí já nem seria uma surpresa, e sim, um grande presente!