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Cães e gatos resgatados

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20 de junho de 2024

6 min –
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caes 2 - Revista Estilo Zaffari

Abrigos lotados expõem nossa falha em evitar o abandono

Por mais irônico (ou constrangedor) que possa ser, a maior enchente da história gaúcha significa esperança para milhares de cães e gatos. E uma oportunidade para todos nós, como sociedade, nos redimirmos. Os locais de acolhimento pet aguardam – alguns já estão desistindo dessa espera – por pessoas que perderam contato com seus animais durante as cheias, na expectativa de uma identificação e do retorno deles para os lares de origem. Quase 50 dias depois, muitos desses lugares seguem absurdamente lotados. Por um motivo óbvio e que expõe uma falha social que carregamos: a quantidade de resgatados que sobreviviam nas ruas é muito superior àquela que vivia sob uma tutela responsável, principalmente em regiões periféricas das cidades que sofreram alagamentos.

É por isso que as ações impressionantes e corajosas de centenas de protetores durante as inundações – incluindo os que vieram de outros Estados – e também as do poder público se transformaram no maior resgate de cães e gatos abandonados já ocorrido em toda a trajetória da causa animal.

Eu acompanho de perto o trabalho de protetores há pelo menos seis anos, mas qualquer pessoa com um mínimo de sensibilidade sabe: o abandono de cães e gatos, se reproduzindo livremente pelas ruas, é um caos gigantesco ignorado há décadas (não só em Porto Alegre ou no nosso Estado, lamentavelmente). O enfrentamento contínuo do problema sempre dependeu de abnegados, sob organizações voluntárias mantidas com muito trabalho e quase nenhum reconhecimento. “Secando gelo”, como se autodefinem muito bem.

De uma maneira muito dolorosa, a catástrofe de maio deu visibilidade a milhares de animais que viviam preteridos, como uma escória. Isso explica por que motivo me atrevo a uma previsão desoladora: ainda haverá por muito tempo centenas de animais em abrigo esperando por um lar. E o mais triste é que posso afirmar angustiada: muitos vão passar a vida toda esperando pela chance de terem uma família responsável e amorosa. Gostaria demais de estar enganada.

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“Resgatar muitos num dia é extremamente cansativo, mas muito fácil, porque são milhares esperando resgate. Agora, conseguir 114 famílias que adotam não é NADA fácil! Então, a gente comemora muito!”

Deise Falci, uma das protetoras com maior evidência durante e depois da catástrofe, em postagem comemorando o resultado de uma das feiras de adoção que vem organizando para conseguir lares para os resgatados. @deisefalci

Não há clareza sobre o número exato de animais que ainda precisam da generosidade e do comprometimento humano, porque os levantamentos se sobrepõem e há muitas iniciativas ainda pipocando por todos os cantos, por vontade própria de pessoas que não conseguem virar as costas para o problema. Enquanto a conta vai sendo feita aos milhares, o voluntariado manda avisar que tem limites.

Para se ter uma ideia, em meados de maio, quando ainda ocorriam muitos resgates, a Defesa Civil do Estado calculou que seriam aproximadamente 10 mil animais, entre cães e gatos, sem incluir os socorridos por iniciativas não oficiais. Um mês depois, o Programa de Controle Ético Populacional dos Animais Vitimados pela Enchente era criado com a promessa de realizar cerca de 20 mil castrações de pets abrigados – ou seja, o contingente estimado já havia dobrado. Durante a catástrofe, Canoas chegou a ter mais de 30 espaços que serviam de teto para eles. Em meados de junho, restavam pelo menos sete, conforme reportagem do Jornal Nacional – mas isso significava, pelo menos, 900 cachorros à espera de um lar. Novecentos!

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“Obviamente sobraram os cães de porte médio e adultos. Conhecemos as características e os gostos de cada um, nos apegamos a todos e rezamos todos os dias para que ganhem um lar.”

Cintia Rockenbach, uma das pessoas à frente do abrigo localizado no CTG Roda de Chimarrão, no bairro Guarujá, em Porto Alegre (Av. da Serraria, 1835).

No mesmo período, a prefeitura de Porto Alegre informou que seriam cerca de 60 abrigos voluntários somente na Capital, responsáveis por aproximadamente 6 mil bichos. O levantamento foi apresentado quando o Gabinete da Causa Animal (GCA) prometeu o remanejo de parte desse total para um local no bairro Glória, a fim de desafogar os abrigos criados por voluntários, que já não estavam mais dando conta do manejo por falta de pessoal. O realocamento, segundo a prefeitura, iniciaria em julho e seria gradual, mas o novo endereço tem capacidade para apenas 2 mil animais.

Portanto, aproveitando tamanha sensibilização em torno desses resgatados, mais do que nunca o incentivo à adoção, a conscientização sobre a importância de castrações e o combate ao abandono por meio da tutoria responsável precisam se tornar prioridade permanente para todos nós enquanto sociedade. A causa animal não pode ser esquecida quando as inundações se tornarem apenas uma lembrança. Ou, em outras palavras: não podemos esperar novas catástrofes para voltarmos a nos preocupar com esses seres inocentes, totalmente vulneráveis, incapazes de optar sozinhos por um controle populacional e, sobretudo, sem voz para exigirem uma vida mais digna. Então, eu torço para que os abrigos ainda façam muito, muito barulho – e que esse som toque o coração de todos nós.

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“Não há um deles que não suplique por amor. Não há um deles que não deseje arrebentar sua corrente. Não há um deles que não esteja com medo de ficar novamente para trás.”

Marcia Messa, uma das criadoras do Bendito Bicho (@benditobichopoa), e que está fotografando animais de abrigos para colaborar com as campanhas de adoção.

Seremos capazes de promover
um mutirão de amor?

Depois de uma onda de resgates sem precedentes, cães e gatos abandonados precisam agora de um mutirão de amor. A vida em um abrigo está muito longe do que a natureza desses animais suporta e não deveria ser o ponto final para eles. Manter os abrigos também é muito complexo e desgastante: o manejo dos pets é necessário 24h por dia. Não se trata apenas de alimentar, dar água, limpar urina e fezes, fazer a higiene das camas, de cobertas e roupas. Eles precisam de distração, passeios, carinho, contato humano, sob pena de ficarem estressados e isso se transformar em agressividade.
Se resgatá-los, em meio à enchente, já é história para super-heróis, o capítulo mais emocionante pode ser escrito agora por todos nós: o fim do abandono graças a um levante de adoções igualmente sem precedentes.

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“O resgate é apenas uma das etapas do nosso trabalho. A próxima etapa continua nos abrigos, e essa fase, se não for bem feita, pode colocar em risco os animais e a saúde pública.”

Carla Sássi, @carlasassivet, médica veterinária e presidente do GRAD Brasil (Grupo de Resposta a Animais em Desastres), que atuou diretamente no resgate de milhares de animais no Estado, em entrevista à revista Exame.

Encontre um AUmigo
bem perto de você

Muitos abrigos de resgatados da enchente estão anunciando que precisam encerrar as atividades e devolver o espaço às entidades que os cederam, já que também elas têm de retomar a normalidade – caso, por exemplo, do Shopping Iguatemi (@aubrigo_scooby) e da Faculdade IPA (@resgatados_ipa). Em suas páginas nas redes sociais, cada lugar desses vem anunciando as feirinhas, pelas quais é possível adotar ou se comprometer como lar temporário enquanto o animal espera por uma família em definitivo. Conheça iniciativas on-line que catalogaram animais e\ou abrigos para ajudar nas adoções e/ou no reencontro com tutores:

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Achar Meu Pet RS

São mais de 500 à espera de um lar.

https://acharmeupetrs.com.br/

Pets RS @nossospetsrs

Exibe a lista de pets, a lista de abrigos, a lista de ONGs e a de voluntários participantes

https://petsrs.com.br/abrigos

Abrigos de animais Grande POA

Abra esse maps e se apavore com o tamanho do problema.

https://www.google.com/maps/d/u/0/viewer?mid=11W9eCmWftLHedrHCvE87VmzOXzn7JGc&ll=-29.92439205661467%2C-51.021894845749216&z=9

Na Mosca

O aplicativo de adoção que funciona por match (como os aplicativos de namoro) abriu espaço para que os abrigos interessados em divulgar os animais na plataforma possam catalogá-los.

@namosca.app

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